AS INTERMITENCIAS DA PALAVRA
Quantos foram nas lutas e tombos
para que as vozes excluídas na dor
sigam o exemplo entre escombros
e manter de pé a bandeira do amor
As palavras precisas são livres como o vento
histeria do útero da liberdade de expressão
hoje, sem saber que na caverna de concreto
se chocam e não ecoam caladas com a mão
São direitos plenos sem cordas vocais,
constitucionais, sem constituição.
O destino de um povo de um guia só,
a caminho do pó, escuridão.
Quero ser livre como estruturar meu poema
gritar verdades como se não fosse um perigo
quem sabe algum da prole amanhã possa dizer
o que hoje esbravejei para eles valeu a pena
Não quero um dicionário repleto de ismos,
nem crê, que todos sermos cegos e mudos
seja o melhor de todos os eufemismos.
Quando as palavras soam como poesia,
a vida segue em rimas, com alegria.