AS INTERMITENCIAS DA PALAVRA

Quantos foram nas lutas e tombos

para que as vozes excluídas na dor

sigam o exemplo entre escombros

e manter de pé a bandeira do amor

As palavras precisas são livres como o vento

histeria do útero da liberdade de expressão

hoje, sem saber que na caverna de concreto

se chocam e não ecoam caladas com a mão

São direitos plenos sem cordas vocais,

constitucionais, sem constituição.

O destino de um povo de um guia só,

a caminho do pó, escuridão.

Quero ser livre como estruturar meu poema

gritar verdades como se não fosse um perigo

quem sabe algum da prole amanhã possa dizer

o que hoje esbravejei para eles valeu a pena

Não quero um dicionário repleto de ismos,

nem crê, que todos sermos cegos e mudos

seja o melhor de todos os eufemismos.

Quando as palavras soam como poesia,

a vida segue em rimas, com alegria.

Henrique Rodrigues Inhuma PI
Enviado por Henrique Rodrigues Inhuma PI em 30/11/2022
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