Os Ossos do Mundo São os Frutos Amargos do Descaso

Eu vi e interpretei

A torrente farmacêutica

A língua que revira revolta

Ungida sob a terra seca da promessa

Seus suspiros uivavam estridentes

Com ossos agrupados em uma dança

Com bisturis e outros instrumentos cirúrgicos

Impunidade e heróis apêndices

No ventre de toda a tua fala

Insone perfume de vala aberta

Teus feitos, suprimidos nos olhos da vigília

Velando corpos de coronéis exumados

Saliva em calcanhares

Usa o cadáver de famílias

Canta imbróglios divinos da surpresa do espírito

Um cadafalso se abre e aos poucos lhe engole

Desfaça todos os teus sonhos

Hão de tê-lo por carne objetiva

Tiram tua língua, solvem teu pecado

A harmonização do diabo em novo trajes

Grifa a euforia, como desrespeito

Morte à cigarras, convento às uvas

Todas confissões amargas do teu silêncio

Encaradas por álibis de borracha seca

Eu observei seus crimes, e me calei

Tudo é um movimento astuto de uma roda

Estagnar engrenagens, estancar sangrias

A máquina move-se com qualquer sangue

Nem o sim e nem a permanência

O instante na manufatura do mundo

Uma cópia de uma cópia azeite de Olivia

Proclamada o próprio júbilo supremo

Pierrot Ruivo
Enviado por Pierrot Ruivo em 21/04/2022
Reeditado em 07/05/2022
Código do texto: T7499951
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