EXPRESSÕES BRASILEIRAS, NOSSA AMADA LÍNGUA E A POLÍTICA
Me apoio à doce e livre variedade de palavras sinônimas
E de expressões aglomeradas em forma brasileira
Estou feliz quando conheço uma nova palavra, é uma conquista a mais
E eu escrevo das mais comuns às mais anônimas
Em uma caligrafia imperfeita mas satisfeita com a abundância certeira
De palavras, e não que eu queira me gabar, mas
Por mais lambe-botas que sejamos de gringos, "gororoba" não será substituída
A gente reclama do Brasil mas ama, mesmo que Brasília esteja cheia de maracutaia
E eu possuo a pachorra de torcer firme pelo meu País
E sem siricutico, eu espero um caminho pérvio para a saída
Da concomitante corrupção com nossa vida, porque é paia
Amigo da onça é quem nada faz por um final feliz
Eu tenho ciúme e sou chata de galochas pelo meu País, patriota maluca à solta
Mas será que vale à pena plebiscito, no nosso dia-a-dia de matar cachorro a grito, sendo que os políticos não ouvem?
Entra por um ouvido e sai pelo outro, enquanto eles, muitos sendo santos do pau oco, acham que é a casa da mãe Joana
E por mais que possamos ser acolhedores sem freios, não nos damos com farofeiros, e sempre lembramos "o mundo dá voltas"
E se mequetrefe o estrangeiro tenta ser na mata, o amor do brasileiro volta a funcionar do nada, brigando pelo que tem
Pela Amazônia e por tudo o mais, pode tirar o cavalinho da chuva na hora de reclamar, porque a gente reclama mas ama
Tem que fazer sua parte e não só ter fé, pare de dar migué pra depois não chorar as pitangas
Que o Brasil virou Venezuela, pois há quem abra a goela pra balbuciar frases feitas
Não quero que alguém seja bode expiatório ou comece com ideologias sem eira nem beira
Há quem lute por vitórias mas há quem é cheio de nove horas, ao invés de arregaçar as mangas
Antes que as coisas virem pranto, bola pra frente mas fora do campo, não vivamos das mesmas colheitas
Nesse tempo que não corre, a esperança é a última que morre, floresçamos como videira
Casa de ferreiro, espeto de pau, esse país perfeitamente habitável é difícil de viver
E quando é pego em esquema, o político, da cor de burro quando foge, ainda consegue ganhar da lei
E seguimos a vida, em boca fechada não entra mosca mas também não entra comida
E ainda por cima, quando dizem não ser puxa-sacos de gringo, é pra inglês ver
Mas de uma coisa estou certa, e boto a mão no fogo pelo que direi:
Pode estar ferida, mas a cobra ainda fuma, ainda está viva, só não está ascendida
(Esse poema além de política envolve as expressões da nossa língua, que amamos e algumas palavras difíceis dela, eu quis trazer a complexidade do português para esse poema! Obs.: ele tem uma segunda parte com um assunto diferente, se chama "Expressões Brasileiras, Nossa Amada Língua e a Agonia Noturna")