Do Grão ao Pó
Pelos campos de "terra rossa" se expandiu...
Buscando novas plagas, eclodiu;
Invadindo o Oeste, por lá brotou;
Arado por mãos estrangeiras aqui vingou.
Se misturando a crenças e costumes, comungou
Nas festas e riquezas por tantas mãos, se fez.
Pelo lucro escravizado, o sofrimento satisfez.
E teu sabor inconfundível para o branco, deu prazer
E na face escura de sua cor, sua identidade a nos trazer
A lembrança padecida de negros povos.
Presente hoje a mesa dos cristãos novos
Dos judeus, asiáticos e brasileiros
Serviu de alimento para mulas e tropeiros
A fidalgos e leigos encheu o bucho
Com o grão vermelho e pequerrucho.
Foi cultivado em solo abençoado
Mas a ganância roga em maltratá-lo
A fazê-lo impuro e misturado.
E no cárcere terreno quem possas por ti pagar
Mil bocas caem a defuntar.
E a teimosia encerrada por sentenças genocidas
São cuspidas em verdades, distorcidas.
De uma vila tão Rica, nasceram brejos e celeiros
A falta que faz de sermos brasileiros.