Do Grão ao Pó

Pelos campos de "terra rossa" se expandiu...

Buscando novas plagas, eclodiu;

Invadindo o Oeste, por lá brotou;

Arado por mãos estrangeiras aqui vingou.

Se misturando a crenças e costumes, comungou

Nas festas e riquezas por tantas mãos, se fez.

Pelo lucro escravizado, o sofrimento satisfez.

E teu sabor inconfundível para o branco, deu prazer

E na face escura de sua cor, sua identidade a nos trazer

A lembrança padecida de negros povos.

Presente hoje a mesa dos cristãos novos

Dos judeus, asiáticos e brasileiros

Serviu de alimento para mulas e tropeiros

A fidalgos e leigos encheu o bucho

Com o grão vermelho e pequerrucho.

Foi cultivado em solo abençoado

Mas a ganância roga em maltratá-lo

A fazê-lo impuro e misturado.

E no cárcere terreno quem possas por ti pagar

Mil bocas caem a defuntar.

E a teimosia encerrada por sentenças genocidas

São cuspidas em verdades, distorcidas.

De uma vila tão Rica, nasceram brejos e celeiros

A falta que faz de sermos brasileiros.

Marcelo Taranto
Enviado por Marcelo Taranto em 14/04/2021
Código do texto: T7231927
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