GENOCIDA
De Luto descolore-se esta página,
o poema pesa lágrimas vertidas
os retratos das pessoas perdidas
no agravo da pandemia que marcha
a passos largos ceifando vidas.
O culpado, além do vírus, a causa,
é o presidente Jair Bolsonaro
o representante eleito do Estado
que diante do agravado quadro
degradou-se em atacar os vitimados
com um discurso cuidadosamente
folclórico e heroico: para as mentes
dos doentes de ódio que o elegeram
conduzindo-os a sucessivas práticas
contra a saúde pública, aglomeram,
festejam, protestam, passeiam
sem qualquer cuidado, as máscaras,
quando muito, ao queixo!
Os hospitais atulhados
de necessitados e negligentes,
o caminho dos negacionistas
e dos ignorantes desinformados
é o mesmo das pessoas inocentes.
O povo que não tem perspectivas
vai mesmo pra rua, busca trabalho,
enquanto a União, em vista de economia,
não providencia o devido amparo,
deixando o cidadão na selva sem lei
e a pandemia corre.
Em vista da economia não para,
não fecha, não cessa o contágio,
a pressa é tanta que desanca decreto,
é tanto serviço essencial
que nem sei como vivo sem...
Ameaça prefeitos e governadores
riscando a verba com caneta bic,
os asseclas, do Bozo adoradores,
repetem o que ouvem, mugem
contra os fechamentos, carreatas
protestos de fome, de tanques cheios,
o pobre morre e o rico lucra
será o que chamam novo normal?
Não! Sempre foi assim e será sempre!
No Brasil só o vírus desfruta
o privilégio de um presidente apoplético:
não é coveiro, não faz milagres,
país de maricas, mi mi mi,
morre cumprindo a missão!
 
Não é preciso muitas linhas
para chama-lo genocida,
apenas estas:
não providenciou vacina,
ivermectina, cloroquina,
gripezinha.
A morte e Bolsonaro
marcham juntos
em um país em luto.