Morre uma Nação
De joelhos, beijo o meu solo
Solo esse que me deu vida
Que me cerrou qualquer ferida
Das gloriosas guerras de Apolo
Deitado, tenho nos olhos presente o céu
E admiro o glamoroso Sol
Debaixo do qual tudo nasce, e tudo morre
Agradeço a Deus pela dádiva que me deu
Pois foi da terra que se fizeram Adão e Eva
Foi com barro que o Homem se fez
É na terra que o Homem descansa de vez
Quando acaba o tempo, e a morte o leva
É a este pedaço de terra, de nome Portugal
Que as raízes da vida me prendem
Onde portugueses, portugueses se sentem
Onde Fátima nos guarda de todo o mal
Portugal, jardim de lusitanos!
Já faz tempo que aqui não chove
Faz tempo que nada se move
Faz tempo... Portugal... Faz anos
Anos desde que entraste em decadência
Caem folhas, murcham flores
Tudo é cinza, morrem cores
Perdeste a tua essência
Sucumbido em ruínas fúnebres
Portugal, estás sem salvação
E parte-se-me o coração
Quando vejo os teus jardins lúgubres
À espera de D. Sebastião
Está um povo, sem país
Um jardim sem raiz
Morre uma Nação