Pra não dizer que não avisei!
Uma poesiazinha inclemente (ou seria clemente?)
Para adoçar o mel à boca dessa gente
Que tem sede de pão
Ou seria carnaval?
É carnaval
Vai passar?
[...]
Vai passar
Nessa avenida um samba
Popular
Cada paralelepípedo
Da velha cidade
Essa noite vai
Se arrepiar
Ao lembrar
Que aqui passaram
Sambas imortais
Que aqui sangraram pelos
Nossos pés
Que aqui sambaram
Nossos ancestrais
Num tempo
Página infeliz da nossa
História
Passagem desbotada na
Memória
Das nossas novas
Gerações
Dormia
A nossa pátria mãe tão
Distraída
Sem perceber que era
Subtraída
Em tenebrosas
Transações
Seus filhos
Erravam cegos pelo
Continente
Levavam pedras feito
Penitentes
Erguendo estranhas
Catedrais
E um dia, afinal
Tinham direito a uma
Alegria fugaz
Uma ofegante epidemia
Que se chamava carnaval
O carnaval, o carnaval
(Vai passar)
Palmas pra ala dos
Barões famintos
O bloco dos napoleões
Retintos
E os pigmeus do bulevar
Meu Deus, vem olhar
Vem ver de perto uma
Cidade a cantar
A evolução da liberdade
Até o dia clarear
Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório
Geral vai passar
Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório
Geral
Vai passar
____________
A composição é do Chico, sabem quem é né?
Mas na dúvida não custa perguntar.
A memória da nossa gente tá curta que é uma beleza.
Esqueceram a história
Emporcalharam a memória
Sambaram na cara da ética e da moral
Ressuscitaram (dizem eles)
Os bons costumes
São seis portes de armas em nome de Deus, da família e do cidadão de bens... Rezado/orado, prometido, escarrado em cima da bíblia, versículos e amém.
Eita!
Vai passar???
[...]
Num tempo
Página infeliz da nossa
História
Passagem desbotada na
Memória
Das nossas novas
Gerações
Dormia
A nossa pátria mãe tão
Distraída
Sem perceber que era
Subtraída
Em tenebrosas
Transações
Seus filhos
Erravam cegos pelo
Continente
Levavam pedras feito
Penitentes
Erguendo estranhas
Catedrais
...
VAI PASSAR!
______________
Um povo ignorante é um instrumento cego da sua própria destruição.
Simon Bolivar.