NUNCA SOZINHO
Sob a sombra dos coqueiros,
vendo ao longe os canaviais,
sou apenas um estrangeiro
navegando nestes litorais...
Antes de mim, os índios,
ocas, tábuas, arcos, cocares,
sim, vim da terra dos ímpios,
as faces longínquas, avatares...
Assumo e me somo à tudo,
minha pele, suores selvagens,
cala-me o amor, lá no fundo,
meu corpo, canoa de viagens...
A construção de cada ser,
os tijolos vivos do espírito,
muito mais que sob, viver,
independer, o bravo grito...
A desconstrução dos mitos,
a Reinação de Narizinho,
fábulas, florestas, ritos,
Brasil, nunca sozinho.