OS BRASÕES

Os brasões de cravo, como árvores de tristeza,

Vivem platando naus de nostalgia deeta vida,

Pensando como barões numa Sociedade perdida,

Plas ruas d'amargura numa tarde de princesa.

Como gritos dum mar de sangue azul sentida,

Em nuvens de sangue como principes sem defesa,

Num partido de ,mortos vivos sem sentido proibido.

de viver numa cadeira de farrapos de pobreza.

Hoje nesta estrada da vida como foguetes no ar,

Os brasões são apenas tristes á partida...

Como lençóis de carne pla boca do monte sonhar,

Em tambores de merda como são de vinho, sortida,

Em aneis de fidalgos mortos, como a noite e o luar.

Hoje os brasões são apenas retratos duma vida morta,

Como cobertores de tangerinas duma civilização inerte,

Como fio de luz chora num altar duma Sociedade torta,

Como cravos de tristeza inspirando o povo que se diverte.

Hoie os Brasões como um lixo num vagão apenas são,

Uma recordação de sangue azul que é muito vermelho,

Apenas foram e não são nada e hoje não têm razão.

De existir. Não nos servem pra o nosso espelho.

Dormem profundamente, num leito triste como o vento,

Existem mas são raros como animais voando a tempo,

O que é isso de sangue azul? Brasões, barões, já não há.

Hoje o que tem valor é quem tiver inteligência pra já.

Os Brasões assinalados que desta terra Lusitana,

Que por tristezas e mesmo muitos desenganos,

Se vão desta vida descontentes libertando,

E por feitos ou mortes se vão acostumando.

Os Brasões que nada fizeram por esta vida,

Como marginais duma nobreza como burguesia,

Se vão desta vida dilatando e sem saida,

Na memória duma HISTÓRIA sem democracia,

Em quem mandava eram reis monarcas á partida,

Com uma ditadura contra o Povo, Monarquia,

E queriam agora terem valor os brasões de sida.

LUÍS COSTA

02/01/2000

TÓLU
Enviado por TÓLU em 10/01/2020
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