Soldado da Pátria

Eu não tinha medo dos perigos

Porque carregava o poder à mão:

Fuzil e um embornal de munição

Peito e coração destemidos.

Dois mil metros na alça de mira

Era tiro de muita precisão

Mas inútil para este recruta sem ira

Que ora e vez só acertava o chão.

Um dia o Sargento esbravejou:

- Soldado, deixe de tolice,

Ajuste a alça do rifle

Que o inimigo se levantou!

Soldado da pátria você há de ser

E a pátria é a sua mãe agora

Portanto, é chegada a hora

Como soldado, matar ou morrer!

É chumbo para dar no pé

Trinta balas de repetição

E com mira de total precisão.

Só não mata quem não quer.

- Sargento, não tome como picuinha,

Por contrariar sua linha de pensamento

É que me pergunto neste exato momento:

Se vale a pena morrer pelos coxinhas?

O Sargento avermelhou e cuspiu fogo

E mais parecia um furioso dragão.

Olhou para mim, esmoreceu e abriu o jogo:

- Quer saber, soldado? com certeza não!

Tom Torres
Enviado por Tom Torres em 11/08/2019
Código do texto: T6718044
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