Balas Perdidas

Entre barracas e calhas,
Entre casas e matas,
nós sobrevivemos a migalhas
Correndo de tantas perdidas balas.

Balas de fogo pela insolência, violência,
Pela arrogância e ignorância
De alguns policiais, elite e governantes
Que colocam em risco nossas vidas alarmantes.

Todos nós desprovidos corremos noite e dia
Das balas perdidas que assolam a rotina
Nas contas difíceis de pagar,
Nos ônibus difíceis de respirar,
Nas casas e bairros difíceis de morar,
Nas escolas difíceis de estudar...

Esse poema é um pedido
Para que o governo repense o seu egoísmo
Dando privilégios a uns e a outros sacrifícios
E dando tudo a uns e a outros um pouquinho.

Não se pensa em distribuições de renda mais justas
nem em melhores políticas públicas
Porque a nossa representação política é quase nula
Enquanto do rico é uma grande fartura.

Esse poema é um protesto contra as injustiças
à favela, classe baixa e média com alarmantes vidas,
pois estamos extremamente cansados
por sermos tão sobrecarregados e ignorados.

Esse poema é um alerta
Da gente desprovida com vidas alarmantes que manifesta
Contra o descaso e negligência do governo
E de alguns da sociedade cobertos de preconceito.

Esse poema é um lembrete urgente
De que quem não tem muito dinheiro tem direitos como vivente.
Por isso, a arma de fogo deve ser guardada e destruída
Porque estamos cansados de viver correndo da bala perdida!

Belíssima interação do Poeta Olavo:

"Esse poema é um triste retrato
Do que se passa no Brasil
parece até que esses fatos
já aconteceram e ninguém viu."

Beatriz Nahas
Enviado por Beatriz Nahas em 03/05/2019
Reeditado em 05/11/2022
Código do texto: T6637829
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