QUERO MEU BRASIL DE VOLTA

Quero o Brasil verde-amarelo. O meu brasil brasileiro, este canarinho, mineiríssimo, carioca, nortista, sambando, cantando, tocando pandeiro, no ramo da palmeira que balança. Eu quero o Brasil das brisas trigueiras, afável, cordial, gentil, assobiando Ary Barroso. Eu quero o Brasil caboclo, do cheirinho do café passado na hora, dando água na boca. Eu quero o Brasil solidário, o Brasil gregário.

Eu quero o Brasil dos vastos milharais, da revoada dos tico-ticos sobre os arrozais, eu quero o Brasil cheirando alecrim, o Brasil que foi prometido para ser o amanhã, o Brasil, com gosto de maçã que trago na alma. Eu quero toda a gente calma, orando para chuva parar.

Eu quero o azul do nosso céu, o frescor das madrugadas, eu quero nos olhos das pessoas a mansidão dos canaviais. Eu quero a força do mar, a luz do sol dourando as peles, eu quero poder voltar a sonhar.

Eu quero de volta a esperança da minha juventude, eu quero mais atitude de quem sabe amar, eu quero a poesia do por do sol, a certeza do dia, a suavidade da noite eu quero a paz que vem do luar.

Eu quero gente se abraçando porque o Brasil fez um gol, eu quero as pessoas que choram com as novelas, eu quero gente que acende uma vela para pedir graças para o nosso senhor.

Eu quero poder tocar a alma das pessoas humildes , eu quero o alarido das crianças voltando da escola, eu quero os meninos pobres jogando bola, eu quero risadas gostosas, eu quero a jovem majestosa se pintando para encontrar o namorado, eu quero o cochilo do velho soldado na tarde quente de verão, quero que todos os jovens sintam a mesma emoção quando arrumei meu primeiro emprego.

Eu quero o Brasil sem medo, que dorme dentro de todos nós, quero pessoas que sabem desatar os nós, para fazer lindos laços na fita. Eu não quero o Brasil dividido, eu quero o Brasil unido, para sermos uma nação. Eu quero que tenhamos um só norte e razões bastante fortes para acreditarmos que ainda somos irmãos.

Porque os tempos mudaram, a tecnologia nos move, nos torna mais frios, mas ainda somos pessoas!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 13/10/2018
Reeditado em 08/09/2019
Código do texto: T6474897
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