02 - DA GUITARRA À BALALAIKA
“Trovas da magna Rússia”
Acompanhados de guitarra, canto e fado
Das belas margens deste Douro e deste Tejo
Ides, vós, inflamados de um real lampejo
Até às loucas margens do Volga engalanado.
Na esbelta nau do vosso sonho ambicionado
Ao som de um trinado fino ou dum arpejo
Fazei bailado ardente de bola e de desejo
Confiando nós na vossa lide e bom cuidado.
Cale-se a voz da balalaika e da histeria
Que aquilo que quereis não roça a fantasia
Nem sequer pressupõe a esbanja de talentos…
Convém, porém não olvidar os contendores
Pois todos têm a mesma ambição e ardores
E a bandeira que trazem dá-lhes argumentos.
Ó lusa juventude, olha o azul do céu,
Que tem ao teu alcance a glória do troféu
E não o deixes esfumar aos quatro ventos…
Não há Eusébios, não há Figos, mas quejandos
Como Ronaldo, que aos demais faz tais desmandos
Que às nossas “quinas” poderão trazer proventos.
Com ou sem balalaikas, venham os espanhóis
Que sobejam aos Lusos sustenidos e bemóis!
Frassino Machado
In A MUSA DOS ESTÁDIOS