A CASA DE VIDRO E SANGUE
“Não desejamos virar para trás nossas cabeças, quebrar nossas vértebras cervicais para olhar a poesia com a naftalina dos perversos!” (Burliuk)
Brilhantes coquetéis incendiários
Molotov humano
Um sistema desenvolvido
Com ideários irrefreáveis
Revoltados
Agressivos
Inflamados
Excessivo de messiânicos
A língua do ímpeto
Anatomia enlouquecida
O ano travado começa nos fins
Como fazer versos romantizados
Se a anatomia do mergulho
Começa marulhada sangue?
Loucos versos imortais
Os abraçaria com fervor
Louvaria, cantaria com prazer o romantismo
Se o realismo não fosse provocativo
Cortes-versos
Extremado
Testemunho ocular
Como não ver?
Faria à mouca
Seria o mais um hipopótamos de merda
Se travasse o ímpeto-dizer
Nesse olimpo elitista de czares poéticos do umbigo
Das fardas de mijo
De canetas travadas-metralhadoras
Medievais talhados no século XV
Prisões!
A merda a biografia!
Merda de biografias
Querem versos imortais doces?
Sangrem a utopia dos versos
Um exército destronou a poesia
Enquanto o sangue escorria
Alvorada sombria e voraz
Burocrata totalitária
Herança da ideologia
Segurem-se os inimigos
Meus heróis não morreram
Ideias não morrem jamais
A arte é engajada
Nos hábitos operários
No poema revoltado
Controversa-personalidade
A merda os formulários
Desengajados aos hábitos-pequeno-burguês
Freguês
A vanguarda é futurista
A esquerda é massa lírica
A turbulência é social
O poeta deixa a torre de marfim
Desce a ladeira tupiniquim
Faz-se marginal à ladeira das letras
Seu extremo de riquezas
Sem fraquezas
Encontra força nas ideias
De corpo e alma
Nenhuma ideia a menos
Ou a poesia é bala inútil das letras
Do papel o capitalismo
O nariz cheira dinamite
Dinamiza e leia com a testa
A força da negação
É uma sociedade burguesa
De poetas incendiários da arte
Venha e lute
Aquele que tiver mãos
Ocupe o lugar à mesa
A poesia é um perigo
A quem cheira naftalina nos versos
Num exército de múmias vivas
Que buscam um lugar à corte
Senhores cânones da arte
Minha letra é vid(v)a revolução
Utopia não foi e nem é arte precoce
O que está exposto está exposto
Que venham as críticas ácidas
Acida é a palavra é o punho
O pulso
O peito aberto
Coração na mão
A biografia manchada de sangue
O pescoço à forca na força
Sempre foi do maior poeta e não do aceta
Conclui-se dentro da alma
A poesia é esquerda
É o direito
É revolucionária
Ocupa um lado, abrange todavia
A obra permanece
Ponto final
(Buscando flores nos remendos vigentes do reino das tragédias e perda do ideal, IN inspiração: Maiakóvski)
Nota necessária:
Transfiro a força da negação do momento realista à sociedade pequeno-burguesa.
Fico na marcha da primeira fileira dos rebeldes. É um momento que faz-se necessário partir-se em mil pedaços a fábula da arte apocalíptica. Entregar-se de corpo e alma, nenhuma ideia pela metade. O momento a poesia é bela e pode ser útil. O Poeta incita a rebelião das letras. Corre-se o risco de entrar um camburão centrando fogo nas ideias e daí? Peguem a pedra dos poemas e insiram à insurreição das formigas das línguas sob a pena de degradar a própria arte em cima de suas bundas mofas. A vanguarda literária está em revolução. ACORDEM SUAS VELHARIAS!
Sigo na companhia de vulcões: A banalidade do mal é o medo e a sua tenebrosa atualidade. Comigo HANNAH ARENDT; STANLEY MILGRAM; Dostoievski; Tolstoi e Maiakóvski e o próprio Maia dizia: “Eu vos amo, mas vivos, não como múmias.”
Sigo na companhia de vulcões: “A BANALIDADE DO MAL E SUA TENEBROSA ATUALIDADE” – REFLEXÕES NA COMPANHIA DE HANNAH ARENDT & STANLEY MILGRAM
O PRODUTO DESTA ÉPOCA
É A DOENÇA IDEOLÓGICA QUE AMA AS TRAGÉDIAS
MOSTRA QUE O DISCURSO DE ÓDIO PREGADO NAS REDES, TELEVISÕES E JORNAIS TEM DADO FRUTOS.
DEPOIS DAS SEMENTES O QUE VIRÁ? . :/
ACORDEM SUAS VELHARIAS!
O DESFECHO DA CONSTITUIÇÃO RELEGADA AO LIXO DA HISTÓRIA ESTÁ AI. TUDO O QUE VEIO E VIRÁ DEPOIS DELA É Imprevisível. :/