....quase um poema português

Era não o poema que quis,

Mas o poema recortado nas pontas para caber no papel que quiseste para ele,

Com as luas sujas e de luz refratária de que sempre falaste,...

E o povo sujo de imundície perfumada observando as com os olhos habituais de sonhos que nascem mortos,...

Ao fundo os sobreiros filhos bastardos e nus da terra mãe,

Olhavam sem ser olhados o que não era mais que uma birra do tempo velho,..

E o amor desenhado no menino e na menina aleijados pela pobreza,

Que desenhavam no céu de toalha estrelada posta uma mesa farta que só imaginavam,...

Terminado como começou,

Dou-te este poema de beber,

Se o quiseres multiplica-o pelo que o passar do tempo te trouxer ao acordar ..

rodinhas
Enviado por rodinhas em 07/12/2017
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