DESABAFO DE UM TROVADOR

Filosofa o trovador, em seus versos contundentes.

Que o homem com fome. Vira bicho

Furta por necessidade, toma sopa de osso. Come lixo.

É desabafo, dê um homem do povo.

Ama-te da justiça, adorador da poesia.

Sofre, com o desmando da sua nação (Brasil)

Vendo o povo entrar na fria

A sociedade perdendo conceito, com tanta charlatanice.

As instituições perderam o credito

O Brasil sem comando navegando, em mar aberto.

A bandeira mudou de cor, constituição já não existe.

O congresso lascou embolou jogou no lixo

Um estranho vírus contraminou o congresso, a propinolina.

Por favor. Dar-me atenção

Esse argumento é um desabafo

Não é entrega nem delação

De um Zé povinho, um Zé honesto.

Amante de sua nação Brasil verde azul cor de anil

Não é comunista, entregador ou terrorista.

Agitador, com tendência anarquista.

Nem dedo duro, nem mestre em delação.

É grito de um Excluído, dos direitos da nação.

Para viver nessa África, na incerteza na agonia.

Tem que ter coragem pra mata dez ou mais

Leão, por dia, na batalha pelo pão.

Enfrentando um câncer, que acaba com a nação.

O preconceito. Poucos ganham muitos

E muitos não ganham nada.

Trabalham sem ser trabalhista

Tem carteiras sem anotações

Seus bens é sua palavra

Tem um barraco nas bocadas

Sua casa é sua vida do lado de um lixão

Tem porta e janela

Não tem segurança mesa nem fogão

Um jornal é sua cama

Bala R- 15 é seu despertador

Está-se triste pega a viola

Dedilha uma canção

Para abrandar o sofrimento

E acalmar o coração

Vive na corda bamba equilibrando a situação

Tem-se dinheiro come se não tem.

Vai pra luta criar situação

Pão com mortadela. feijão sem carne

Pão com agua, kisuco com pão.

Pobres, mas honesto.

Não tem medo da verdade

Cumpri suas obrigações (impostos)

Tem ladrões pra todos os lados

Na alta sociedade

Doutor por caridade

(RUI BARBOSA já alertava com toda sabedoria)

“De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.

Depois de ter oitenta anos de idade

Ter visto rolar muita agua em baixo

De ponte.

Sinto vergonha de ver meu Brasil

Vira piada internacional

Navegando em um mar da hipocrisia

Hoje eu tenho vergonha de dizer

Que sou honesto e de ser brasileiro

Tiraram coxinhas da pobreza

Congresso em geral. A cúpula do governo

Deixaram os miseráveis sem nada

O Zé povinho

O pai tenha piedade de nos

Manda essa corja embora.