Resistência
Sicários a serviço do mal
Sanha nefasta, sem igual
Naus, invasores, escravidão
Rios de sangue a cobrir a nação
Porão, dor, destruição
Mamas sugadas com intensa sofreguidão
Cenário de mortal drama carregado de horror
Transcendentes criaturas resistem com ardente fervor
Amedrontador, temido, ronca um trovão
Relâmpagos, em labaredas, tragam a escuridão
Divino som feroz a batizar com vida a resistência
Intenso clarão a iluminar fêmeas consciências
Mulheres, poder, Zeferinas
Mães, guerreiras, meninas
Laços eternos com a ancestralidade
Herdeiras legítimas da luta pela liberdade
Vozes a estrondar em altos gritos
Apagando dos antepassados os gemidos
Raios a eclodir em incontrolável fúria no ar
Tempestade a varrer as profundezas da terra e do mar
No passado a história não ficou adormecida
É marca profunda, na palma da mão esculpida
No presente, densas raízes sustentam a memória
Para o futuro, são frutos a compor uma nova trajetória