(IN) pura
Abanam o ar da manhã, as bananeiras em leque,
Polidas bolhas pingam,
Geométricas alegrias, melancolicamente.
Ah, minha terra!
Caminhos destas imaginações geométricas.
Embebidos na luz, troncos cilíndricos das árvores,
Entre agachadas sombras em círculos.
Bolas de cor,
Asas de triângulos,
Trilhas de curvas,
Sal da minha terra!
Caminhos desta imaginação
Geométrica...
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MANIFESTO ANTROPOFÁGICO
O Manifesto Antropófago (ou Manifesto Antropofágico) foi um Manifesto Literário escrito por Oswald de Andrade, principal agitador cultural do início do Modernismo no Brasil. Foi lido em 1928 para seus amigos na casa de Mário de Andrade e publicado na Revista de Antropofagia, que ajudou a fundar com os amigos Raul Bopp e Antônio de Alcântara Machado.
Mais político que o anterior manifesto de Oswald, o da Poesia Pau-Brasil, esteticamente, basicamente, reafirma os valores daquele, apregoando o uso de uma "língua literária" "não-catequizada".
Ideologicamente, se alinha ainda com aquele, porém busca uma maior explicitação da aproximação de suas ideias com as de André Breton e, portanto, com as ideias de Marx, Freud e Rousseau.
A Antropofagia, como movimento cultural, foi tematizada por Oswald nesse manifesto, mas também reapareceu outras vezes em sua obra. Em Marco Zero I (1943), romance de Oswald escrito sob influência do marxismo e da arte realista mexicana, surgiu o personagem Jack de São Cristóvão, relembrando a antropofagia e celebrando-a como uma saída para o problema de identidade brasileiro e mesmo como antídoto contra o imperialismo.
Na maturidade, o paulista Oswald buscou fundamentação filosófica para a antropofagia, ligando-a a Nietzsche, Engels, Bachofen, Briffault e outros autores, tendo escrito a respeito até teses, como a Decadência da Filosofia Messiânica, incluído em A Utopia Antropofágica e outras utopias, lançado, como toda sua obra, pela editora Globo a partir dos anos 80.
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"Uma das funções da poesia, além de cantar o amor, o lirismo, o belo e a dor é também ser um ato político".
(Serpente Angel)
Antropofagia – NOVO CONCEITO, nova definição (IN) pura.
Dia 15 de novembro de 2016
P R O C L A M A Ç Ã O de que?
Precisamos de uma NOVA ARTE MODERNA
Uma semana de retaliação ao admirável gado velho - Capita(neaç)ão da América?
Aqui é MACUNAÍMA PORRA!
Vivemos um tempo/ato-ritual de comer uma parte ou várias partes (de todo) ser humano (tempo cruel). Segue assim, em tempo pouco, não resta EU.
Nada é novo debaixo do antigo SOL.
Um tempo mofo-tempo ranger de molas-um tempo gasto-corno de vaca-tempo sola de sapato.
Um tempo oblíquo, onde o conceito é a ação de comer carne humana. (des) humanos conceitos.
Precisamos novamente de uma conferência que abra claramente a caça ao "passadismo".
Não daquela semana onde a plateia se conteve e não vaiou.
Precisamos daquela vaia estrondosa.
Ah, tempos! Bons tempos aqueles!
O passadismo de hoje não é, nem foram inocentes, as vaias faziam parte do espetáculo, alguns estudiosos acham que os modernistas do político momento contrataram gente para uivar contra eles.
Precisamos daquele tempo, onde a vaia era o mais caro sinal de reconhecimento. (da arte)
Onde está a VAIA para passar tanto passadismo do momento amorfo?
Precisamos de novos pesquisadores que se interessem pelas mais variadas manifestações artísticas. Precisamos de Professores, de piano e de estudos para os estudos de todas as classes, é preciso reescrevê-las. É preciso que (re) e escrevam sobre folclore, música, pintura e literatura, precisamos de mais, de mais e mais dinâmicos batalhadores pela renovação da arte (política) na Educação brasileira. E de toda a sua obra nova- Escola nova-pau-Brasil pra toda obra-negro-índio-Aqui é Macunaíma porra!
CAPITA(neaç)ÃO AMERICA OS CAMBAW! AQUI É O NEGRO DO PASTOREIO!
Precisamos de uma gota de sangue para cada nova Paulicéia desvairada, repintar o Losango cáqui, O Clã do jabuti, O Remate de males. Que venham o bem nesta NOVA REPÚBLICA.
Precisamos sair do porão, subir ao Primeiro andar; (RE) Amar, verbo intransitivo (UNIR) Direita/Esquerda (Pra frente!); Macunaíma; Belas artes; Outros Contos Novos-Novos contos; Libertar a escrava (o) em cada um que A escrava não é Isaura; E rever os Aspectos da literatura brasileira; Onde O empalhador de passarinhos mata os pássaros e deixa “CORVOS” NO NINHO. Deixai os pássaros livres!
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A primeira fase do Modernismo (1922 - 1930)
Primeira fase do Modernismo - Período de agitação, com a primeira geração modernista preocupada em difundir novas ideias, não recuando diante das polêmicas e exibindo em muitas obras um tom agressivo e irônico com relação à literatura tradicionalista.
A primeira semana do novo Brasil - A Semana de Arte Moderna durou três dias e reuniu poetas, escultores, pintores, músicos e intelectuais ligados à "Nova Arte". Iniciou-se calma, com a palestra "A estética na arte moderna", exposta por Graça Aranha, um dos padrinhos do evento. A confusão durou dois dias depois, na palestra de Menotti del Picchia ("Queremos luz, ar, ventiladores, aeroplanos, reivindicações obreiras, idealismos, motores, chaminés de fábricas, sangue, velocidade e sonho na nossa arte", disse ele). A conferência abriu claramente a caça ao "passadismo", a plateia se conteve e não vaiou. Minutos depois houve uma vaia estrondosa.
O Manifesto Antropofágico - Um fato importante pela polêmica que provocou foi a exposição de pintura moderna feita por Anita Malfatti (Abaporu, o antropófago, obra de Tarsila do Amaral - amiga de Anita Malfatti e apoiava o movimento modernista). Nos meses de dezembro de 1917 e janeiro de 1918, em São Paulo. A pintura teve importância fundamental não apenas no advento da Semana de Arte Moderna como também na eclosão de todo o movimento modernista que veio a seguir. Voltando de uma viagem à Europa e aos Estados Unidos, onde entrara em contato com a arte moderna, Anita Malfatti, incentivada por alguns amigos, resolveu expor suas últimas obras. No acanhado meio artístico paulistano, a exposição provocou comentários variados, tanto a favor como contra. Entretanto o que realmente desencadeou a polêmica em torno não só da pintora mas principalmente da questão da validade da nova arte, foi um artigo escrito por Monteiro Lobato, que ficou conhecido por "Paranoia ou mistificação?"
Essa crítica precipitada de Monteiro Lobato provocou ressentimentos em Anita Malfatti e, ao mesmo tempo, despertou uma atitude de simpatia de um grupo de artistas jovens com relação a ela, resultando manifestações de repúdio às concepções tradicionalistas de arte.
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MACUNAÍMA
Macunaíma - É chamado de rapsódia(inspiração folclórica) por Mário de Andrade, o livro é construído a partir de uma série de lendas a que se misturam superstições, provérbios e anedotas. O tempo e o espaço não obedecem a regras de verossimilhança e o fantástico se confunde com o real durante toda a narrativa.
O material de que se serviu o autor, é de origem europeia, ameríndia e negra, pois Macunaíma nasce índio-negro, fica depois de olhos azuis. A ausência de caráter do "herói", sua preguiça e malícia, seu individualismo, tudo isso pode ser visto como o resultado confuso de várias influências culturais mal assimiladas, nesse sentido Macunaíma passa a constituir uma espécie de personificação do Brasil.
O enredo central, frequentemente interrompido pela narração de "casos" ou lendas, é bem simples: Macunaíma tenta reaver o amuleto que ganhara de sua mulher Ci, Mãe do Mato, único amor sincero de sua vida, e que por desgosto pela morte do filho pequeno subiu aos céus e transformou-se na estrela Beta do Centauro. Macunaíma perdera esse amuleto prodigioso que ficou em poder do gigante Piaimã que se encontrava em São Paulo. Depois de vária façanhas junto com seus irmãos Maanape e Jiguê, recupera o amuleto (a muiraquitã). Após mais algumas aventuras, agora sozinho pois os irmãos haviam morrido, Macunaíma enganado pela Uiara (divindade que vive nos rios e lagos) , perde a muiraquitã e fica todo machucado, perdendo uma perna.
Desiludido, resolve abandonar este mundo e subir aos céus, onde é transformado em constelação. É um herói capenga que se aborrecia de tudo, vaga solitário no campo vasto do céu.
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Carolina de Jesus: a precursora da literatura marginal (e não só isso)
Quem foi Carolina?
“A tontura da fome é pior do que a do álcool. A tontura do álcool nos impele a cantar. Mas a da fome nos faz tremer. Percebi que é horrível ter só ar dentro do estômago.”
– Carolina Maria de Jesus, em “Quarto de despejo”, 1960
DIA 15 DE NOVEMBRO DE 2016 - dia da Proclamação da República de que e pra quem?
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Construção e dimensão universalista são elementos fundamentais de nossa segunda geração modernista.
ISSO JÁ É UMA OUTRA HISTÓRIA (da mesma história)
Segunda fase do Modernismo 1930 - 1945
Um rico período de construção
Abandonando o espírito destrutivo e irreverente dos primeiros momentos do Modernismo, a poesia, mais ou menos a partir de 1930, apresenta um gradual amadurecimento.
Aproveitando a liberdade estética conquistada e elaborando uma linguagem pessoal, os poetas da segunda fase desenvolveram plenamente suas tendências próprias sem a preocupação de chocar ou agredir o público tradicionalista.
Principais poetas desta fase: Cecília Meireles, Vinícius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade, Augusto F. Schmidt, Henriqueta Lisboa, Murilo Mendes, Jorge de Lima, Dante Milano, Mário Quintana, Joaquim Cardozo entre outros. Alguns poetas da época anterior se renovaram, como é o caso de Mário de Andrade e Manuel Bandeira.
Do ponto de vista dos conteúdos, dos significados, a preocupação nacionalista, que foi uma das tônicas principais dos representantes da Semana de 22, alastrou-se e adquiriu novo rigor, na medida em que o Brasil passou a ser visto não "em si" mas no contexto universal do sistema capitalista de que fez parte.
O caráter construtivo da segunda geração tem face dupla, do ponto de vista estrutural, caracteriza-se por uma revalorização de determinadas formas tradicionais, como o soneto, e ainda uma redução do "vanguardismo" dos primeiros modernistas, conciliando a combatividade de sua linguagem com a necessidade de polissemia, de riqueza, de significados.