Desordem
É você que da sombra afoita surgiu?
Que pena!
De um encanto,
No seu recanto sucumbiu,
A tua lembrança meramente inseparável.
És envolto a uma embalagem de veneno,
Vil!
Que queima e arde o meu trabalho,
O meu sustento,
Fazendo este cessar mais um braço.
Pernas e ombros,
Desta vez pedirei a Adão,
Para assim não matar mais um protesto,
Este que não minguara em vão.
Quem és tu,
Para calar o meu canto de manifesto?
Aquele que arranca o alimento?
Do homem,
Da mulher,
Do filho de minha mãe?
Sim!
Peste és tu,
Que assola este chão escamado.
Quem me dera ter só mais um cigarro,
Para acabar-me com este meu sofrimento.
Pedirei ajuda aos saltimbancos,
E até daqueles que você diz ser “desumanos”,
Para pintar os muros do teu país.
País meu,
Não somente teu,
Ele é nosso!
País em abandono,
País sem pais.
Sem paz,
Isso jamais.