ÉPICO
 
 
Subiram as cortinas:
Começa o espetáculo!
Apupos e cuspidas,
Fazendas invadidas,
Bezerros arrancados
Das vacas indefesas
E mil tochas acesas
Homens coisificados
Em massas de manobra
De uma certa cobra.
 
No Champs-Élysées
Sentados às suas mesas
Debatem os artistas
Sem nem ver a dureza
De um cotidiano
Ao qual abandonaram...
-Cafés e chocolates
E a fome do outro lado!
 
Os ricos e os pobres,
Políticos e elites,
No tapete vermelho,
Atores e suas grifes.
Vermelhos de um lado,
Do outro, os ‘estranhos’
Que clamam por clemência
Na roda desses anos.
 
E ninguém se adianta
E aponta os hospitais,
Os gritos de angústia
Gemidos e os ‘ais’
De quem morre sem ter
O mínimo cuidado:
O que importa é o palco,
Interesses marcados.
 
E à roda de tal mesa,
A graça e a nobreza,
Vestidos muito caros,
-A fama que sonharam!
Partilham dividendos,
(E o país, morrendo)
Pedaços arrancados
Por dentes afiados.
 
Não querem enxergar
A morte do partido,
Os ideais, sem dó
Pra algum lugar, varridos...
Os sonhos de igualdade?
-Mentiras deslavadas
Que já apodreceram
Na beira da estrada!
 
A Pátria dividida;
Nas redes sociais
Dois povos, que já foram
Um só, e bem iguais...
E o Foro de São Paulo
Bebendo todo o sangue
Alimentando a gangue
De falsos ativistas:
Hienas disfarçadas
Em peles socialistas!
 


 
 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 19/05/2016
Reeditado em 19/05/2016
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