O BERÇO NADA ESPLÊNDIDO DE GOIÁS, XVIII

O índio nativo goiano

E o contrabandeado negro africano

Elo operante do comboio bandeirante

O domínio pela espada do homem branco

Que veio abrir as minas auríferas com o uso

De arrobas de sangue para amolecer a dura rocha.

Os jesuítas faziam às Descidas pelo leito dos rios

Aglutinação dos órfãos da sorte

Cativando índios e recolhendo

As vendáveis e raras Drogas do Sertão.

Os paulistas apoiados pela Coroa nas Bandeiras

Chegada dos senhores sem pertencimento, de fato, a terra

Vinham subindo do Sudeste abrindo caminho,

E desembocavam no centro do coração brasileiro

Para expedições de reconhecimento de jazidas.

Goiás, a áurea aposta de novos recursos do Império

Achou-se o ouro. Extinguiu-se o índio,

Inutilizou-se o escravo comido pela boca faminta das minas.

Depois de estabelecida a rotina embalou-se o embrionário Estado

Do ventre seco das jazidas brota à crise do poderio

Precário, flutuante e isolado pelas suas terras maternas.

Sem índios e escravos para mão de obra, os ricos para não se tornarem pobres

Voltaram-se a agropecuária de subsistência comendo as cinzas da fênix dourada.