Rés Pública

Tenho medo de quem é dono da verdade

E faz alarde

Em praça pública

De quem se gaba circunferência

Sendo elipse

E conjura as pragas do Apocalipse

A quem ousa usar a própria consciência

Tenho medo de quem desdenha de criança

E defende as armas como símbolo de orgulho

Eu desgosto de quem faz tanto barulho

Sem nenhuma alegria ou esperança

Tenho ódio dos que odeiam odiadores

De quem faz a luta bruta por esporte

E aclama os gladiadores

Que se batem até a morte

Tenho procurado esconderijos

Dos salvadores da nação

Que usam de corrupção

Pra erguerem seus palácios sujos

Tenho procurado o momento

Em que o berço esplêndido rua

E que o povo, outra vez, na rua

Saiba erguer a voz num canto

Que quebre a barreira da opressão e do som

Que fale mais alto que a voz

Do hino esquecido no tom

Da liberdade de asas soltas sobre nós

Éder Rafael de Araújo
Enviado por Éder Rafael de Araújo em 03/03/2016
Código do texto: T5562631
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