MINHA TERRA MEU SERTÃO
MINHA TERRA MEU SERTÃO - João Nunes Ventura-01/2016-(Escrito em 2009 e publicado em 2016)
Belos dias de infância/Os tempos daquela idade,
E já em minha mocidade/Via tudo deslumbrante,
De manhã cedo eu ia/Admirar as lindas colinas,
Ver águas cristalinas/Na correnteza espumante
A chuva sobre a terra/Logo a floresta se deleita,
Que ergue e se enfeita/Colorida em várias flores,
Do ar puro e perfumado/De minha terra adorada,
Tem a brisa na alvorada/Delícias e seus amores.
O dia vai morrendo/Do sol se ocultando da terra,
Dourada encosta da serra/Na noite seu encanto,
Céu de estrelas enfeitado/Majestosa surge a lua,
Prateando a minha rua/E vestida toda de branco.
Trovão no céu ecoa/Vem chuva cai fina e mansa,
Águas vagarosas alcançam/Nossa terra sertaneja,
Meu olhar nos vastos campos/Brisa passa macia,
E pássaros saúdam o dia/Nos jardins da natureza.
Que noite de lua cheia/A linda manhã de neblina,
Na vastidão da colina/Verdes pastos da natureza,
Sopra o vento moderado/E baforando cada planta,
Que ama sorri e canta/Com cantos da correnteza.
A terra toda adormece/Já o sol encolhe o manto,
A lua mostra o encanto/Que a relva brota do chão,
O despontar da aurora/Chuvas desenham na tela,
De cor verde e amarela/Nosso mapa nosso sertão
Sertão e chão enfeitado/Que sol abrindo janelas,
Bronzeado das donzelas/O romper da madrugada,
E o dia vem se formando/Prateado com luz divina,
Quando se abre a cortina/Bela manhã ensolarada.
Quando a natureza canta/Ecoa na mata sertaneja,
É chuva tenho certeza/E vai ser noite de trovoada,
Já a terra cheia de aroma/Que a passarada revoa,
E coaxa o sapo na lagoa/Anunciando a invernada.
Chuva lava a campina/Nasce um pé é esperança,
Ver-se assim a mudança/Cheiro de terra molhada,
Que biqueira escoa a água/Desliza a noite inteira,
E de manhã na cachoeira/Canta livre a passarada.
Em cinzas do sol poente/O meu pranto amargura,
Lembrando-me da doçura/Da terra dos meus pais,
Deixei o sertão querido/Vim morar muito distante,
Hoje triste e soluçante/Da saudade que o dia traz.