DEPENDENCIA
Ouvi um grito
Um grito sussurrado
Onde diziam que havia liberdade
Mas na verdade, sinto-me numa prisão
Numa masmorra dentro e fora de mim
Vejo bandeiras e papéis com rostos sorridentes
Sorrisos amarelos
Mais amarelo que a bandeira do meu país
Olhos azuis
Cheios de ganância e fúria
Querendo apenas lucrar
Sem com nada se importar
E aquele dia na margem do rio Ipiranga
Onde hoje a água é podre
Nos da malaria
Naquele tempo nos deu a suposta liberdade
A mesma liberdade que procuro hoje
E procurei ontem
E vou procurar amanhã
Afinal, amanhã é um novo dia
Não há esperança para os outros
Só para mim...
Me pergunto: por que tudo tem que ser assim?