O Mar Que Nos Uniu
Em alto-mar, acompanhando o vento, sob a corrente,
Navegavam os heróis que o tempo não esquece.
E não apenas ao remanescente,
Mas também ao que no fundo do mar permanece.
E no mar que não encerra,
A brisa que sussurrava era suave, agradável e bela.
Fazia-os sonhar com os entes queridos em terra,
Àqueles homens a bordo da caravela.
De quem será a alma que merece tal sacrifício?
E quem daria a vida por uma alheia ambição?
Ali, era impossível fugir ao precipício,
Pois o mar os aprisionava numa eterna escuridão.
Mar esse que fazia-os sonhar, depois os engolia
Era tão imenso que parecia surreal
A alma que merece tal odisseia
É a alma do povo de Portugal!
Assombra-se a tempestade, instala-se o medo
Nunca se irá ceder, isto não será o fim
É possível que seja, não é segredo
Mas não poderá acabar assim
A coragem é a força que os alimenta
Um povo com tamanha destreza
Um povo que nada os atormenta
Nem mesmo a força da Natureza
E assim o céu se clareia, abrindo o horizonte
Ao longe se avista terra, o paraíso
Avista-se as areias, a floresta e o monte
Foi o momento da vitória, um momento de riso
E assim foi, naquele memorável dia
Naquele dócil dia de Abril
Dois povos se unirão para a história
Pois haviam chegado ao Brasil!