MARGENS PLÁCIDAS
MARGENS PLÁCIDAS
(Apropriação do poema “canção do exílio” de GONÇALVES DIAS)
Minha terra tem palmeiras
onde cantam os pardaizinhos
que gorjeiam sem cessar
mas não são ouvidos por cá
Nosso céu tem algumas estrelas
Há! Nossos campos não têm flores
nossos bosques poluídos
se perdem entre os horrores
Em cismar, sozinho, á noite,
fico a imaginar que o sol da liberdade
Já não se encontra por cá
nas palmeiras da Minha terra não canta o sabiá.
Minha terra tem internet
Que é um gigante juvenil.
Em cismar, com a galera, a qualquer hora,
O prazer que encontro cá é refúgio
da justiça que se perdeu nas CPIS
porque nas palmeiras da minha terra não canta o sabia
Não permita Deus que eu morra,
nas fronteiras da Europa
Ao som das armas e à luz do céu escuro
em meio aos ciprestes taciturnos
Sem ter a esperança de ver raiar um novo Mundo