MARGENS PLÁCIDAS

MARGENS PLÁCIDAS

(Apropriação do poema “canção do exílio” de GONÇALVES DIAS)

Minha terra tem palmeiras

onde cantam os pardaizinhos

que gorjeiam sem cessar

mas não são ouvidos por cá

Nosso céu tem algumas estrelas

Há! Nossos campos não têm flores

nossos bosques poluídos

se perdem entre os horrores

Em cismar, sozinho, á noite,

fico a imaginar que o sol da liberdade

Já não se encontra por cá

nas palmeiras da Minha terra não canta o sabiá.

Minha terra tem internet

Que é um gigante juvenil.

Em cismar, com a galera, a qualquer hora,

O prazer que encontro cá é refúgio

da justiça que se perdeu nas CPIS

porque nas palmeiras da minha terra não canta o sabia

Não permita Deus que eu morra,

nas fronteiras da Europa

Ao som das armas e à luz do céu escuro

em meio aos ciprestes taciturnos

Sem ter a esperança de ver raiar um novo Mundo

Luiza de Marilac
Enviado por Luiza de Marilac em 12/12/2014
Código do texto: T5066690
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