MEU GRITO ECOA...
Eu não me canso de gritar
E grito, grito e grito de novo
E gritarei sempre que for preciso
Ecoarei sons de luta
Luta por um movimento de retorno
Luta por uma outra história
Luta por Ganga Zumba
Luta por Zumbi
Eu não quero ter uma única história
Ou ser a única história
Quero contar a história de África
Mas de uma África NEGRA
Quero ver meus filhos
Netos...
Bisnetos...
E quem sabe tataranetos crescendo...
E lhes contar as muitas Estórias
Do Bantu, Nagôs, Jejes
O meu grito é a voz calada
É o silêncio que se manteve
Em mim e em meu povo
Durante longos anos
Porém que agora ganha força
E berra nos ouvidos da sociedade
Racista, hipócrita, colonialista
Em que vivemos
Porque dizem que soltaram-na as correntes
E soltaram sim, mas de forma física
Porque em nosso ego ainda somos acorrentados
Por um ideal de lógica branco
E diante disso grito, escandalizo e berro
E sempre berrarei, porque...
África como muitos pensam
Não é sinônimo de miséria
É amor ancestral
Luta, força e fé
É a minha vida!!!