Aroma da cultura moçambicana...
Porquê silencio
Se o meu coração pode entoar a melodia que embala a musica?
Porquê o silencio
Se a minha voz pode embarcar no verso e alcançar o mundo?
Porquê a distancia
Se nos seus braços sofridos é aonde me sinto confortado?
Porquê a separação
Se ainda vives nos meus pensamentos e condicionas a emoção da minha existência?
Porque?
Surgimos frutos de uma descendência
Crescemos como estrume da independência
E sobre vivemos no meio da crença de preservação
Das danças e cantos da moçambicanidade
Mapiko
Xigomana
E makwaela
Dos tempos da marrabenta ao som dos becos da Mafalala
Dos rituais do nosso passado
Tempo em que de joelhos íamos ao encontro os nossos antepassados
Para resolver o que nos hoje chamávamos enigma
Altura em que 14zinha tinha 18 anos
E a Maria preferia morrer Mariazinha
Fomos emersos com um espírito veloz
Tanto que hoje não nos preocupamos com o passado de todos nos
Não importa de onde vens
Nem Para aonde vais
Navegamos com entusiasmo no malabarismo poético, ético
E meramente literário
Aonde vimos os CRAVERINHOS e as CHIZIANAS
Escrevendo nosso diário em traços mensageiros no silencio da reflexão futura.
Vivo da arte do pincel deixado pelo MALANGATANA
Dos frascos que coleccionam tintas
que espalham a voz da esperança no papelão das imagens das esculturas momentâneas
que retratam a vida de um povo sofrido
pela minha voz muda se faz sentir a voz oprimida de um guerreiro que lutou pela libertação
mas não pela forca.
Xibalakatsa thopa tsotsi
Cuspi a bala poética que a voz da tirania não cala.