Dresden
Vultos alígeros rasgam a brisa da manhã
Pássaros flamejantes atacam noite e dia
Guiados pelo olho da vingança
O preço a pagar anunciam em flagícias bandejas
Séculos de cultura
Séculos de beleza
Dias de infâmia
Dias de opróbrio
É teu povo opresso em letífico momento
Traz o exício mão de implacável inimigo
Dresden, ajoelha-te, e agoniza!
Dresden, queima, e purga-te!
Tuas tropas, soterradas em trincheiras
Teus líderes, abandonando suas poltronas
Em desespero, lançam-se à última conjuração
Aos deuses que já rejeitam suas imolações
Cai a última sagrada catedral
Espedaçam-se as últimas sagradas relíquias
Sobre escombros, exalça-se rubra selvageria
Resta-te o incenso de bombas incendiárias
O lampejo da morte e o estupro de tua vergonha
Refletem-se nas ardentes águas do Elba
A perfídia da guerra ser-te-á mancha na história
Imperioso é tornar-te cinzas, e das cinzas renascer!