"MEU OXENTE"

O meu oxente é um céu cheim de balão

O meu oxente é uma sanfona c'a peste no São João

Meu oxente vem da embolada, do repente, da minha gente...

O meu oxente é forró, xote, e baião

O meu oxente é um bucho cheio de pirão

Meu oxente é uma noite quente conversando água num batente...

O meu oxente é meu xodó

O meu oxente é um rala coxa, num forrobodó

Meu oxente é um passo miudim, ligerim, num xameguinho

O meu oxente é uma lapada de cachaça com limão

O meu oxente é arremendado com rapadura e coco dentro do pão

Meu oxente é uma plantação de milho verde, é uma cruz na parede

O meu oxente é frevo, é axé, é ciranda, é maracatu

O meu oxente é todo mundo falando armaria num só buruçu

Meu oxente tem tanta coisa que é um nó, tanta coisa que leventa pó

O meu oxente é sofrido, mas é de cabra macho, aguerrido

O meu oxente é paciente, de mulher forte, bonita e de andar atrevido

Meu oxente é uma festa, ele é tão da mulesta que ainda tem gente que detesta

O meu oxente é minha gente, meu chão, meu torrão

O meu oxente é cheio de artista, céu de estrela num clarão de foguetão

Meu oxente é da peste... MEU OXENTE É O NORDESTE