REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932
REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932
Saulo de Tarso, judeu que perseguia os Cristãos.
Caiu do cavalo, literalmente,
Mas recobrou como Paulo de Tarso.
O Apostolo dizia então,
“- já não sou eu que vivo,
Mas é Cristo que vive em mim”.
No seu martírio pronunciou:
Combati o bom combate!
È deste bom combate
Que aqui vou retratar.
Só é bom quando há eficiência,
E a eficiência dos combatentes
Deveu-se ao seu Comandante.
Que era Pedro de Toledo.
Advogado, diplomata era o Interventor.
Estava longe da politicagem brasileira,
Embaixador do Brasil na Argentina.
Daí haver sido escolhido Governador.
Porem São Paulo vivia desde 1930
Sobre a represália de Getulio,
Que mandou desarmar a nossa
Força Publica e expropriar Cumbica.
São Paulo não se conformava
Com um governo provisório
Que se eternizava e intervia,
Como ditador, sem Constituição.
São Paulo articulava uma Revolução
Marcada para o 14 de Julho francês.
Mas, com o episodio das provocações,
Ocorre o martírio de 23 de maio.
A Sociedade Secreta que articulava o 14 de Julho,
Passou a chamar-se pela sigla MMDC,
Iniciais de Martins, Miragaia, Drausio e Camargo,
Que tombaram na Praça da Republica.
Foi no sábado de nove de Julho de 1932,
Que o povo paulista empunhando em armas,
Diga-se de passagem, muito poucas,
Porém com a criatividade na improvisação.
Pela canabalização, isto é, a utilização de peças boas,
Dos armamentos danificados para reposição.
Haja vista que não havendo técnica para raiar cano,
Utilizavam-se eixos de vagões ferroviários como obuses.
Foi com esse artefato que matou o comandante
Da Força Publica Major Julio Marcondes Salgado,
Em Campo de Santo Amaro, hoje Congonhas.
Outro invento inacreditável, pelo meu amigo,
Otávio Teixeira Mendes, meu colega na CESP,
Foi a matraca, que produzia som de metralhadora.
Através de uma caixa de ressonância por manivela,
Que girava uma estrela pressionada sobre lamina.
A matraca era utilizada entre duas metralhadoras,
Pra economizar munição e recuar o adversário.
Os mineiros reconheciam falhas na metralhadora,
Diziam entre eles, que não atirava bala, porem,
Não se atreviam a ir a aquela trincheira.
Mas quando capturaram seu adversário,
Certificaram a realidade e se envergonharam!
As promessas de ajuda dos estados do Rio Grande do Sul,
Minas Gerais e Mato Grosso, não chegaram.
São Paulo sem armas e munições não vacilava.
A única frente de ataque era por ferrovia.
Pelo túnel da Mantiqueira podia ter aceso a Capital.
Voltando ao assunto eficiência,
Esta deve ser de forma ética.
Assim, aquele que fora Interventor,
Agora como Governador, não permitia,
O fabrico de munição com cobre.
Alegava ser uma Guerra Civil,
Logo acabará e a munição de cobre
Causará lesão permanente no soldado.
Outra eficiência ética foi a proibição
Da fabricação de gases venenosos.
Fora sugerido ao Governador o
Envenenamento da água do Paraíba,
Mas ele não admitiu afirmando:
Essa é uma luta entre brasileiros.
E como tal houve um acontecimento inédito.
Era sete de setembro surgia do túnel
Portando a Bandeira do Brasil,
Um combatente paulista.
Aturdindo os adversários com tal proeza,
Acompanhavam com os olhos atento a cena.
Escolhida uma árvore como haste,
E com se não bastasse aquele acontecimento,
Surpreendendo a todos surgiu um corneteiro
Do campo do adversário entoando
O tom de continência à Bandeira.
Neste acontecimento surgiram das trincheiras
Os brasileiros cantando o Hino Nacional
Enquanto era hasteada a Bandeira do Brasil.
Em face de escassez de combustível,
São Paulo através do IPT desenvolvia,
Desde então, álcool para suas viaturas
E o gasogênio como meio de suprimento.
Assim desenvolvia o parque industrial,
Fabricando capacetes, trens blindados,
Alimentação enlatados, fardamentos,
Calçados, e tudo o mais para o fronte.
Foram quase três meses de revolução,
Com a capitulação o armistício se deu
Aos dois de Outubro de 1932.
Sob o ponto de vista militar, fracassada,
Porém do ponto de vista ideal, vitoriosa.
Com a Constituinte e sua Carta em 1934.
Conseguimos provar ao ditador os ideais.
Não era e não fomos separatistas,
Queríamos um Brasil livre e democrático,
Exibíamos nosso patriotismo através
Da bandeira Paulista com o mapa do Brasil.
Com quatro estrelas douradas representando
Os nossos heróis do MMDC, e as listas de
Paz e luto fruto da prepotência do ditador,
Que não ousamos pronunciar seu nome.
Salve Nove de Julho de 1932!
Chico Luz