O RELATOR
CARO AMIGO, OLHE PRA MIM!
NÃO TEM QUE SER SEMPRE ASSIM!
DIA HÁ PRO ARLEQUIM
E OUTRO PRO JOAQUIM.
DE NEGRA VESTE TALAR,
ALTIVO, SÓBRIO NO OLHAR,
SACODE, AGITA E ATIÇA.
SACA DO SONO A JUSTIÇA.
AI DE QUEM NÃO TEM PUDOR
NEM VERGONHA E JÁ NEM SISO.
SENTE A PENA DO DOUTOR
NO EXERCÍCIO DO JUÍZO.
A BALANÇA TEM NA MÃO,
COM PESO DE SALOMÃO.
BRANDE ESPADA, SEM PERDÃO,
NOS FEITOS DO MENSALÃO.
SE DIZEM RELAXA E GOZA
FALA, DEPOIS, SEU BARBOSA.
TROANDO O BRADO FATAL,
NAS SANCAS DO TRIBUNAL.
SEM FAMA, NOME OU FORTUNA,
MAS CULTO, FIEL, PATRIOTA,
APORTOU, CAPITÃO DE ESCUNA,
ACUANDO A GRÃ-PATOTA.
VEM LEMBRAR, COM GALHARDIA,
QUEM DISSE QUE NÃO SABIA.
QUE ERA TUDO ENGANAÇÃO,
NO ROMBO DESTA NAÇÃO.
SILÊNCIO! MOITA! CALUDA!
VEM VENTO, QUE DEUS ACUDA!
VAI DOER, TAL QUAL PORRETE,
O CANTO SECO DO MALHETE!