À ESPERA DO BRADO

PAÍS DE MANHA, DE TRANÇA E PATRANHA.

VALHA-ME DEUS, DE QUANTA INSÂNIA!

TRIBUNO COMPRADO, JUIZ ACOSSADO,

O HERÓI FEZ-SE, NO MALFADO.

TRAIÇÃO, DISSIMULAÇÃO, ENGANAÇÃO,

REVELIA, VINGANÇA, RETALIAÇÃO.

A COISA JULGADA, DESVALIA.

DO CONCHAVO, A AVALIA.

MINISTÉRIOS, SEGREDOS, MISTÉRIOS.

AGÊNCIAS! APARELHAMENTO!

PARTIDOS, PREVARICAÇÃO, DELETÉRIOS.

O ESTADO-RÉU, NA IDEOLOGIA, O INTENTO.

NO OCASO DA ALVORADA

ERGUEM, QUADRILHAS, IMPÉRIOS.

EIS DILÚVIOS, VITUPÉRIOS,

NO ESTUPRO À PÁTRIA AMADA.

DAS LEGIÕES DESARMADAS,

INERMES, FRÁGEIS, MORIBUNDAS,

O LAMENTO, MÁ SORTE ROTUNDA.

NÃO SE OUVEM MAIS CLARINADAS.

VISÃO MEDONHA, INFERNO DE DANTE.

DA COMANDA AOS COMANDANTES,

NAS LEGIÕES AVILTADAS,

AO GUANTE DA DESALMADA.

UM OLHAR DE VOLTA À HISTÓRIA

TRAZ À LUZ BELA MEMÓRIA

DOS QUE BRADAVAM AOS CÉUS,

SOB O RUBRO DOS DOCÉIS

CLAMANDO, NA INIQUIDADE,

PELA PAZ DA LIBERDADE,

LUTANDO POR IGUALDADE,

NA FÉ DA FRATERNIDADE.

QUEM FEZ TREMER, NO REI, A COROA?

E AS CABEÇAS DE REINÓIS, NA NOBREZA?

QUEM APONTOU O GLÁDIO PRA NOVA PROA?

QUEM EMERGIU DA COLUNA, NA BELEZA?

QUEM, OUTRORA URDIU CONTRA O MAL?

ONDE MALHETE, ONDE COLUNA, ONDE BALANDRAU?

PARA ONDE A HISTÓRIA, QUE GUARDA A MEMÓRIA,

DO FIM DA BASTILHA, DA INCONFIDÊNCIA?

ONDE SE PERDERAM NO ODOR DOS DESVÃOS?

A QUE FIM CONDUZIRAM HERÓICOS IRMÃOS?

COMO DISPERSARAM NO MOSAICO DOS CHÃOS?

ONDE O PRUMO, ONDE O MALHO, ONDE A DIREÇÃO?

O QUE SE FEZ DA TROLHA?

E DA RÉGUA, E DO COMPASSO?

QUE É DA ORDEM, ONDE O SEU OLHO?

E SEUS GESTOS, PASSES, PASSOS?

E, ENTÃO, HOJE, O QUE DIRÃO

OS, ANTES, UNGIDOS DAS BARBAS DE AARÃO?

E DESSE HOJE, DE AQUI PRA AMANHÃ,

CADÊ, ESCONDIDOS, OS VINDOS DE HIRAM?

RESSURGEM, VETUSTOS, OS DA RAÇA MAIA.

E QUANTOS SE OCULTAM NO BRILHO DA ALFAIA?

NO CLARO OU NO OCULTO VIVE A TRADIÇÃO

À ESPERA DO BRADO, DO BASTA DO IRMÃO!

Amelius
Enviado por Amelius em 27/05/2013
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