A ONDA ARDENTE
É uma onda que brota cá de dentro
Qual sarça no deserto incandescente
Aquela mesma ali à nossa frente
Que torna mais profundo o sentimento.
A voz que lhe dá vida e vai no vento
Torna-se brisa activa efervescente
Levando ao coração da lusa gente
Uma azulina esperança de alimento.
É um grito que esvoaça estilhaçado,
Mas sem eco nas almas insensíveis,
Qual torrente em destino amordaçado.
Os braços estendidos e temíveis
Num coração de ódio envenenado
Indiciam caminhos infalíveis…
Escutai bem, ó Tróica inveterada,
E ó Governo cego e enfeitiçado,
Chegando está a hora anunciada!
Frassino Machado
In MUSA VIAJANTE