AO BRASIL

Bela estrela de luz, diamante fúlgido

Da coroa de Deus, pérola fina

Dos mares do ocidente,

Oh! como altiva sobre nuvens de ouro

A fronte elevas afogando em chamas

O velho continente!

A Itália meiga que ressona lânguida

Nos coxins de veludo adormecida

Como a escrava indolente;

A França altiva que sacode as vestes

Entre o brilho das armas e as legendas

De um passado fulgente.

A Rússia fria - Mastodonte eterno!

Cuja cabeça sobre os gelos dorme,

E os pés ardem nas fráguas;

A Bretanha insolente que expelida

De seus planos estéreis se arremessa

Mordendo-se nas águas;

A Espanha túrbida; a Germânia em brumas;

A Grécia desolada; a Holanda exposta

Das ondas ao furor...

Uma inveja teu céu, outra teu gênio,

Esta a riqueza, a robustez aquela,

E todas o valor!

Oh! terra de meu berço, oh pátria amada,

Ergue a fronte gentil ungida em glórias

De uma grande nação!

Quando sofre o Brasil, os brasileiros

Lavam as manchas, ou debaixo morrem

Do santo pavilhão!...