Doação
Sentei à mesa de frente para uma imagem
Que transcende a minha ideia de mulher
Sabia do relato; surdo, ouvi sua mensagem...
Calado, mão no queixo: ela sabe o que quer!
Três horas de aula sem parar; só assuntos...
Todos quietos, mudos; todos unidos, juntos.
O repente tomou-me de supetão: o Inglês!
Azarão que enlouquece até os mais fanáticos
Pensei que todos ali sabiam sobre o freguês
Mas nada! Nada de nada mesmo, fantásticos!
Enganaram-me; enganam a si de propósito
Quer aprender o Português: está no depósito!
Trocaram a língua mãe pela mãe pátria saxônica
Ilha de legados renegados pelo povo europeu
Dominadores que se ergueram de terra faraônica
Se não falar a língua portuguesa agora... meu!
Porque Fernando, aquele de corpúsculo Platônico
Que escreveu A Língua em versos, não é canônico!
Aqui até a piada é traduzida para o inglês: sério!
Nas campas, nas tampas, nos jazigos do cemitério
Cometem impropérios: apagam as letras do Latim,
Mas, felizmente, plantam rosas, “relvados” e jasmim
Sai o barco do porto para atravessar o Rio Tejo
Não há inglês por perto, vem a tristeza, já invejo
O português de cá, não é o inglês de lá, eu juro
Mas o inglês de cá, é melhor do que o de lá: puro!
Sentei à mesa de frente para uma imagem
Que transcende a minha ideia de mulher
Sabia do relato; surdo, ouvi sua mensagem...
Calado, mão no queixo: ela sabe o que quer!
Três horas de aula sem parar; só assuntos...
Todos quietos, mudos; todos unidos, juntos.
O repente tomou-me de supetão: o Inglês!
Azarão que enlouquece até os mais fanáticos
Pensei que todos ali sabiam sobre o freguês
Mas nada! Nada de nada mesmo, fantásticos!
Enganaram-me; enganam a si de propósito
Quer aprender o Português: está no depósito!
Trocaram a língua mãe pela mãe pátria saxônica
Ilha de legados renegados pelo povo europeu
Dominadores que se ergueram de terra faraônica
Se não falar a língua portuguesa agora... meu!
Porque Fernando, aquele de corpúsculo Platônico
Que escreveu A Língua em versos, não é canônico!
Aqui até a piada é traduzida para o inglês: sério!
Nas campas, nas tampas, nos jazigos do cemitério
Cometem impropérios: apagam as letras do Latim,
Mas, felizmente, plantam rosas, “relvados” e jasmim
Sai o barco do porto para atravessar o Rio Tejo
Não há inglês por perto, vem a tristeza, já invejo
O português de cá, não é o inglês de lá, eu juro
Mas o inglês de cá, é melhor do que o de lá: puro!