Inconfidentes
Que sonhe Ouro Preto
o sonho das Inconfidências.
E que desperte dourada
pelo ouro das Minas,
a Liberdade ainda que tardia.
Que na cadência dos tambores
e nos toques de clarins
cavalguem os gênios
que Cecília cantou;
e com eles
o vento que ruge Independência
enquanto derruba os muros
da Jericó dos tiranos.
Que a voz do Herói Alferes
nunca se cale
e que pelo tempo se saiba
que a Liberdade conquistada
não foi dádiva ofertada.
Então, finda a treva da noite infame,
que as vestes azuis de antes
vistam o corpo da Poesia.
E que as esquivas ruas de pedra-sabão
passeiem solenes
o mistério da Marquesa dos Versos,
a Musa eterna
do Poeta efêmero.