Um único partido chamado Brasil
Aos políticos de meu país
Diz-me!
Que sonhar ainda é possível
Que derrubar o MURO
Da desigualdade, da injustiça, não é uma utopia.
Diz-me!
Que posso acreditar nos homens que dizem fazer o bem
Mais me diz o que faço quando descubro que eles
São os tijolos desse MURO pelo qual
Entôo um canto de luta
E de braços e gente simples
Convocando-s para derrubar a muralha perversa.
Diz-me!
Faz-me acreditar que o MURO pode ser quebrado
E cada pedaço distribuído de igual para igual
Diz que a bandeira que levanto e as palavras
De ordem gravado no peito
Possuem essa força que foi me dado
Como o sagrado pão para alimentar
A cada dia sofrido, de sol em sol
A minha esperança.
Diz-me!
Que a esperança ainda possui o poder
De fazer enxergar na mesma mesa,
Na mesma cidade, no mesmo país
A igualdade sendo praticada
Onde negros, brancos
Sejam uma raça apenas, uma religião
Um único partido chamado Brasil.
Diz-me!
Que os ideais que construíram as grandes nações
Os pensamentos que libertaram povos
Que balas que mataram heróis
De um sonho-liberdade
Ainda resistem, sobrevivem
Em uma sociedade onde o ter é mais
Precioso que o dom da vida.
Diz-me!
Com que cara, com que máscara
Que nova ideologia vou plantar em meus irmãos
Vítimas da escravatura moderna,
De uma nação mentirosa
Que os seus pobres desejos
De ter uma casa, uma aposentadoria digna
Uma educação libertadora, uma velhice
E morte descente.
São os tijolos que constroem esse MURO
Ideologicamente podre, eternamente inquebrável
Um MURO feito de homens...