Tirei a mordaça

Me sinto envergonhado,

De saber que a honesto hoje

É exceção das exceções

Que apesar das barreiras transfixadas

Relativas à liberdade, direitos, democracia,

A injustiça ainda seja protagonista.

Me sinto envergonhado

De ter consciência de tantos saqueamentos

Um verdadeiro espólio nacional

Conduzido por quem é responsável

Pela soberania, pelo siso, pela austeridade,

Que de tão vaga e distante de nós

Tornou-se estrangeira.

Lucrar ludibriando e exaurindo

Virou marca por aqui

Carrões, jatinhos, flats à beira-mar,

É marca de muitos desses que usam "Black tie"

Enquanto maioria, morre malfadada.

Como não ter vergonha ?

Como não desanimar ? Desabafar ?

Como não esquartejar-se em indignação ?

E não me venham culpar o povo

Baseando-se na ausência crítica de escolha

Pois esse mantém essa terra produtiva

E verde com a ajuda de Deus.

A culpa é sua “Político Ator”

Que deveria figurar em alguma novela da ficção,

E não na nossa, na real.

É triste ter que produzir algo assim

Que vibre com o negativismo

A cerca do que se ama.

Mas não dá pra ser hipócrita

Fingir-se de cego à tal descaso

Amo esta nação e não viveria noutra

E se assumir e escrever sobre isto é ser careta

Prefiro ser um, hígido,

À figurar entre os descolados omissos.

Alan Arnon
Enviado por Alan Arnon em 10/05/2012
Reeditado em 13/06/2015
Código do texto: T3660805
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