África minha existência
África minha existência
Se partires vou contigo mamã África
Nesta caminhada sem saída
Onde a magra e cansada esperança
De ver os teus filhos acorrentados
De vagabundos sobre as tuas sanzalas
Pisoteando os teus calcanhares rasgados
Despedaçaram-te quinhentos anos
Com o coração em romarias de choros
Lamúrias e catástrofes sobre o teu peito
Terminastes com roncos cavernosos
Que golfava litritos de sangue
Deste africano que viu usurpado
A sua postura e cultura
Do astuto envelhecido só sobrou lembranças