o tiro do angocego

O tiro do Angocego

Sinto o fedor das minhas lágrimas

A pequenez do meu sangrento corpo

Os olhos caídos na esperança de um horizonte

Sou simplesmente um poeta

Esquecido e desamparado

Só lhes posso oferecer um soneto

Sinto o meu coração encravado

No monte de Evereste

Não lhes posso oferecer um discurso fictício

Simplesmente um abraço feito de sonetos espalhafatosos

Sinto o peripatar das promessas utópicas

O vagido assustado do velho

Não lhes posso oferecer um Milhão de casas

Simplesmente uma cantata declamada

No dia do vosso velório

Sinto na nudez dos rostos

Cansaços de esperanças

Não lhes poço oferecer um aumento de salário

Simplesmente um poema declamado a luz de vela

Naquela noite…