Fogões e prateleiras encardidos
Tapetes cosidos em retalhos
Pedaços de madeira, plástico e papel,
Barracos feitos desses retalhos
Pequenas moradias mais amenas
Nas vielas das subidas,
becos, descidas e retas
Dessa vila chamada favela
De repente o eco seco
Do primeiro tiro
Inevitável guerra!
E começa a ceifa de vidas
Inocentes e culpados
São alvos ou barreiras
Atingidos pelas balas
Morrem mocinhos, vilões.
E figurantes pagam culpas alheias
Com cruel pena de morte!
Quando a guerra sossega
Explodem as vendas
O tráfico de informações
Drogas completamente lícitas
Nos jornais,
telejornais e revistas
E,
lá do alto um espectador
Atônito...
Volta de um lugar
( projetado por Niemayer)
Viu os sobreviventes ilesos
Os impunes magnatas
Mandantes de crimes,
Vendas ilícitas,
comércios duvidosos
Lá,
no Planalto,
não há pés no chão
Bocas cheias de sofrimento
Estômagos vazios de pão
Lá , nesse reino, impera
Uma palavra sinônimo dessa
Medonha realidade
que é a IMPUNIDADE
Esses seres tem
pelo povo doado
A famosa e festejada
IMUNIDADE!
(abril de 2007)
Rotos & Rostos (MALANDRAGEM)