Corre corre
escreve Caminha
palavras belas
da terra minha.
Corre corre
tira tinta
pega ladrão
tanto rouba e mata
quanto estupra
êta filho do cão.
Corre corre
curumim
sua cultura vai sumir
se esconde na mata
jesuíta tá aí.
Corre Corre
come açúcar
êta negro fujão
no Canudos tem rapadura
atira atira
revolução.
Corre corre
coroné
la vai o lucro
do café.
corre corre
vem um tal
de industrial
estudantes da união
o petróleo é nosso
meus irmãos.
Corre corre
olha o condor
some e morre
ninguém sabe quem matou?
corre corre
esconde o jogo
vende uma estatal
êta brasileiro burro
parece filho colonial.
Corre corre
cuidado
com o neo-liberal
êta ladrona da porra
uma tal de multinacional.
Corre corre
Caminha
tanto sangue
nesta terra minha.
Poderia eu hoje
escrever com os olhos
de Pero Vaz de Caminha?
Paulo Cristian 06/2001