CANÇÃO DO EXÍLIO
Se eu pudesse cantar o meu país e,
Se para isso Deus tivesse me provido do dom da poesia,
Da música, da voz...
Com certeza eu entoaria uma melodia
Que enaltecesse suas belezas naturais,
Sua fauna, sua flora, sua gente, suas diferenças culturais.
Cantaria o clima tropical, as matas, as florestas,
As praias, as montanhas, o turismo;
A beleza da mulher brasileira, seu exotismo;
O povo que improvisa, o folclore e as festas;
A maneira peculiar de se falar a mesma língua
De forma tão diferente...
Ah! O sotaque dessa minha gente!
Cantaria o índio - povo valente, povo guerreiro;
Cantaria o negro, o branco,
O amarelo, o mulato...
Cantaria a mistura de raças que deu origem
Ao que hoje chamamos "bravo povo brasileiro"!
Cantaria o que é bem nosso - "paixão nacional":
- Futebol e Carnaval!
Cantaria os ídolos que dão "Olé":
- Nosso inigualável Pelé!
Cantaria a música que cruza fronteiras e é um poema:
- Nossa "Garota de Ipanema"!
E aquele alguém que já 'partiu' e deixou uma lembrança tão amena:
- Nosso inesquecível "Airton Sena".
E a música ainda, há tanto para cantar:
- Vinicius, Caetano, Gal, Betania e Gil...
Como é "grande" esse meu Brasil!
É claro que tem defeitos, esse meu amado país,
Mas quem não os tem?
Problemas? São infinitos, não se podem enumerar:
Político, econômico e social (melhor não citar)!
Mas também tem a garra e a esperança,
(a fé e o sorriso da criança) -
Desse povo que luta todo dia e não esmorece.
Povo otimista, que trabalha e não entristece.
A espera de um dia melhor que está por vir.
E virá, se Deus assim o permitir!
A cabeça fervilha, há muito ainda por cantar (o Brasil é tão rico!),
As idéias vão brotando e a memória insiste em lembrar
Que ainda há muito por cantar...
Oh! Meu Deus por que não tenho o dom da música?
Por que é tão difícil sintetizar um sentimento?
Eu sei que agora Deus escuta meu lamento,
E talvez, por certo, esteja me incluindo em algum plano
E me presenteie no futuro - (já que não é nato),
com aquilo que almejo: talento!