Castelo de Guimarães - «Aqui nasceu Portugal»
A cidade de Guimarães dispensa apresentações. Foi aqui que Portugal nasceu, quando nela se fixaram D. Henrique e D. Teresa, pais de D. Afonso Henriques,
que viria a ser o primeiro Rei de Portugal.
Em volta deste castelo existe toda uma áura de prestígio, honra, emoção e orgulho. A tudo isto há a acrescentar a beleza da paisagem e a obra de arte da arquitectura feita na pedra.
LUSITANO É MEU SANGUE!
Nasci não por mero engano
No seio de uma terra bem definida
Em minhas veias: Vermelho! Puro! Lusitano!
Corre o sangue que me dá vida!
* Republicação
(Ana Flor do Lácio)
O belo e imponente Castelo de Guimarães é, sem dúvida, o castelo símbolo da nacionalidade portuguesa, construído com arte, sabedoria e magnificiência.
A bonita e histórica cidade de Guimarães fica situada no distrito de Braga, na região do Baixo Minho, no noroeste de Portugal, onde podemos observar o magnífico verde que se espraia sobre a terra, cobrindo os seus montes com extensos pinhais e vales com altos vinhedos, que dão à região uma característica única no conjunto do território português.
A cidade de Guimarães, com um glorioso passado histórico, apresenta-se como um verdadeiro tesouro nacional, classificado Patrimônio Cultural da Humanidade, em 2001, pela UNESCO. Visitar a cidade é recuar no tempo. É contatar bem de perto com a História e sentir a magia do passado. É perceber as origens mais remotas de um povo.
Guimarães prepara-se para ser Capital Europeia da Cultura em 2012.
Visitarmos o interior do castelo equivale a impressionar-mo-nos ao descobrir, em cada pedra, em cada porta, janela, tábua ou degrau, elementos construtivos de rara beleza arquitetônica. É a maravilha da descoberta, palmo a palmo, pedra a pedra, de elementos que traduzem mistérios do passado, desde o chão pisado pelos cascos ferrados dos cavalos do Conde D. Henrique, fundador do Condado Portucalense, à imponente estátua do seu filho e primeiro rei de Portugal.
A muralha tem oito torres ameadas delimitando um pátio em cujo centro se eleva a Torre de Menagem, com 27 metros de altura.
Arquitectura militar, românica, gótica. A planta tem o formato de um escudo.
De origem românica, possui diversas características góticas, pois terá sido remodelado já nos finais do século XIII e durante o século seguinte.
A D. Afonso III e, principalmente, a D. Dinis, sem esquecer D. Fernando, se devem as obras que perduraram até aos nossos dias, excluindo as torres que flanqueiam as duas portas, erguidas por D. João I.
Em Guimarães, na «Colina sagrada», nas imediações do Castelo, está situado o Paço dos Duques de Bragança. É um majestoso palácio mandado construir por D. Afonso, 1º duque de Bragança.
A sua construção, inspirada nas moradias senhoriais francesas, iniciou-se no início de Quatrocentos e deveu-se a D. Afonso de Barcelos, primeiro duque de Bragança e filho de D. João, Mestre de Avis, futuro rei D. João I. Exemplar único na Península Ibérica de arquitectura senhorial da Europa Setentrional, se caracteriza pela grandeza dos seus edifícios e por suas numerosas e enormes chaminés cilíndricas.
O palácio ficou vazio quando a família dos Braganças se mudou para Vila Viçosa.
Em 1807 foi transformado em quartel militar.
Em 1933, sob a governo de Salazar, foi transformado em residência oficial do presidente depois da sua controversa recuperação.
Em 1937 iniciaram-se as obras de restauração e em 24 de Junho de 1959, exatamente 831 anos passados sobre a batalha de S. Mamede, o palácio ressurgiu na sua imponência gótica de inspiração normanda.
Atualmente, foi transformado em museu e aberto ao público. Abriga restos dos séculos XVII e XVIII, considerados de incalculável valor. Destacam-se os belos tapetes persas, tapecarias Flamengas (sobre as conquistas do Norte de África) e pinturas tais como o impressionante Cordeiro Pascal de Josefa de Óbidos ou o Retrato de Catarina de Bragança. Prestando a habitual homenagem às proezas marítimas dos portugueses, o teto da sala de banquetes imita o casco virado de uma Caravela.
Todo o edifício está classificado como Monumento Nacional desde finais do século XIX.
Vale a pena visitar Guimarães, o berço na nacionalidade portuguesa. Vale a pena subir a Colina Sagrada, visitar o Palácio, a Igreja de S. Miguel e o Castelo. Vale a pena subir à Torre de Menagem, pois a vista sobre a cidade é deslumbrante!
Ana Flor do Lácio (07/10/2010)