BRASIL AMENO!
Quero um Brasil ameno
Num traço de Niemayer,
Nem mais, nem menos
Um Brasil nossa praia!
Um Brasil numa nota só,
Único tom de Jobim
Cantado por Vinícius, sem dó...
Não vi nisso, senão início, meio, sem fim...
Brasil redondo, perfil colorido
Na tela de Portinari
Nada nos reporte a nada,
Só liberdade ao povo sofrido...
Nosso Brasil encantado Velô,
Vê-lo cidade a 1000, ioiô:
Trem-bala, sambódro' metrô,
Revelado em todo amor.
Tragam de volta o Brasil
Afro-indígena e ingênuo,
Sem pólvora, nem fogo em pavio
Oxigenado e pleno...
Do açaí, ao cacau e o café,
Dos nossos, Ronaldo e Pelé...
E verá o que é, todo o mundo:
Conteúdo e contexto fecundo...
Eis o Brasil de Juscelino,
Que pariu e criou Brasília.
No cantar sabiá, nosso hino,
A apontar ao futuro uma trilha...
Aí está o Brasil de agora,
Ao seu filho faminto que chora
E à mãe que o abandona em lixão
Num amor preterido, sem dó, nem razão!
Brasil, sim... Brazil, não! Um país muito amado,
Brasil sem o “esse” é Brasil todo errado...
Brasil livre, sem sofrer tão calado!
Brasil educado, sadio e humorado.
Orgulho e satisfação de seus filhos
Ostentados em todo seu brilho
Às estrelas de sua bandeira
E ao Cruzeiro do Sul, sua esteira!