O PORTUGUÊS E A CRUZ

Português estudado, lido,

prescrito, pós-escrito

numa praia-hoje Bahia.

Tupiniquim livre, forte,

português mudou seu norte,

sua sorte, com a cruz da agonia,

aliberdade!...

Suicídios, estupros, crueldade.

Marco de pedra na terra,

enterra na alma pura ( covardia!)

o deus de Portugal.

E reza missa, festeja,

“presenteia”, rumoreja

à alma comprada.

Antes alma-natureza,

dela e com ela se nutria.

Rios, montanhas, grotão

já tinham nome.

Mas a “civilização”

que tudo pode e consome,

mudou: Monte Pascoal -Religião)

Porto Seguro -Poder)

São Salvador-Homem).

Português de si seguro,

montou seu muro, fez mudos.

Sugou a língua virgem até gozar

da inanição.

Tupi-guarani se cala na fala

da sala-cela da capela-traição!...

Tupiniquim, piquininim,

miudim, inocentim,

não apela .

Acende velas

e levas dominadas,

índio desabrasileirado, índio cão.

Mataram Tupi, mataram Tupinambá,

mataram Guarani,

Aimoré e Goitacaz.

A sanha maldita do branco

inda hoje faz da selva, pranto.

Apurinã, Nhambiquara,

Kaigang, Guarajara,

Suruí, Yanomami

não sabem quem são.

História do Brasil?... Sangue!...

Vivianna di Castro
Enviado por Vivianna di Castro em 02/02/2011
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