Elegia ao Fluminense
Meu coração tricolor
que tanto de alegria e cor
hoje rima com dor
Tentei te esquecer...
Mas como um crime
que nossa consciência recorda
não consigo esconder
Sofro por nossas derrotas
Pois teu nome cravei
tuas cores amei
em meu consciente
Até morrer sou Fluminense!
Quando lembro de teu passado
e vejo teu presente
De campeão idolatrado
à torcida ausente
Me dói, como dói...
Ao lembrar do meu Maracanã
lotado, verde, vermelho e branco, lotado
Minha nobre humilde Laranjeiras
na Pinheiro Machado
Rostos de orgulho suas bandeiras
tremulando aos gritos de "Campeão!"
Vemos hoje o estádio vazio
os olhos tristes dos poucos torcedores
que pela paixão ainda vem te ver
Cadê o teu orgulho guerreiro?!
Cadê tua disciplina vitoriosa?!
Oh, Fluminense!
Cadê teu pavilhão de glórias?!
Que fez tantos fãs pelo Brasil
Mas, meu coração ainda sonha
e no teu verde esperança...
ponho a certeza de um novo amanhecer
Meus olhos, te acompanham
Pavilhão de tradição
não pode ser julgado em divisões
Os teus méritos são tuas cores
teus títulos e teus torcedores
Fênix de sangue encarnado
de raça, de paz e de força
Renascerá sobre nossos arqui-rivais
vascaínos, botafoguenses e urubus
Ave guerreira de três cores
Voltará brilhando no céu
que é o lugar onde nasce estrelas
e permanecem por toda eternidade
Fluminense!
Astro Rei
do futebol carioca.
Henrique Rodrigues Soares - Relicário das Dores - 1997