CINZAS

Chiclete pra grudar no seu ouvido.

Para que não se ouça o grito da realidade!

Bebida, dança e festa... Suposta alegria,

Todos comemoram!

Carne Vale, a volúpia desfila.

Corpos esculturais moldam o engano coletivo...

A passista, fortuita atriz

Voltará ao” glamour” de sua novela cotidiana

Desempenhando o seu papel

No pátio do posto de gasolina!

AXÉ! AXÉ! AXÉ!

A euforia do feriado prolongado

Mascara as dificuldades que se prolongam pelos anos...

As contas vão vencer!

Cheques e faturas de Salvador...

Tudo bem...

É preciso incentivar o turismo

Desde que não seja sexual.

A maioria dos foliões

Dança mesmo é depois do carnaval,

A ala das baianas em peso

Compõe a fila do INSS.

Fantasias, carros alegóricos,

Manifestações explícitas do equívoco de um povo.

E a nossa Nação Programática

Caminha um passo para trás

A cada Fevereiro...

J.F.

Jefferson Flauzino
Enviado por Jefferson Flauzino em 28/12/2010
Código do texto: T2695614
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