O gigante menino
Nestas fontes e lagos,
Imensos mares azuis.
A grande mãe verde,
Esconde os mistérios,
Abriga a suave pocema
Dos filhos, que traz no peito.
Quais fazem sob a lua o leito,
E do urucum seu vestir.
Relvas e bosques molhados
O rosto desse menino cinge,
Pende-se o coração delgado
E o forte braço, vara de vime!
Com olhos de gente grande
E pureza de valente infante,
Apresenta-se bravo guerreiro
De todos os outros se distingue.
Gigante dentre o mar bravio,
Solene inspiração de muitos,
Que guarda o gorjear absoluto,
De seu ímpar povo o sôfrego.
Contudo ainda é pai gentil,
Que abriga o filho ingrato
Apanha e permanece calado.
Esse é o gigante menino Brasil.
Rio de Janeiro, 5 de Abril de 2010.